terça-feira, 6 de outubro de 2009

SOBRE A BREVIDADE DA VIDA



Trago à baila um clássico de Sêneca. Sem dúvida este é um daqueles livros que ilustram à perfeição o dito que relaciona pequenos frascos aos melhores perfumes. É possível que sua leitura seja ligeira, mas seus ensinamentos nos confrontam diariamente.

=======================================================================================

III

1. Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso. Não se encontra ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muitos! São econômicos na preservação de seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justificaria a avareza.

IX

5. Do mesmo modo que uma conversa, uma leitura ou qualquer reflexão maior desvia a atenção do viajante, que, de repente, se vê chegando ao seu destino sem perceber que dele se aproximava, assim é o caminho da vida, incessante e muito rápido, que, dormindo ou acordados, fazemos com um mesmo passo e que, aos ocupados, não é evidente, exceto quando chegam ao fim.

X

2. A vida se divide em três períodos: aquilo que foi, o que é e o que será. O que fazemos é breve, o que faremos, dúbio, o que fizemos, certo.

2 comentários:

Amanda Azis Alexandre disse...

Uma vez perguntaram ao Todorov o por quê de ele amar a literatura. Sua resposta foi simples: 'eu a amo porque ela me ajuda a viver'. Concordo com ele e, pelo visto, vc também.
Suas indicações estão sendo ótimas! Obrigada

Fernando Ribeiro disse...

Que bom que você gosta! Espero seguir agradando. Bj!